Rainbows to a New Year



É, não tem jeito. Em que pese o choro dos detratores ou da turma que só gosta do que não faz sucesso, o Radiohead continua sua trajetória para se tornar uma das bandas mais importantes do mundo, colocando o circuito indie e o mainstream aos seus pés.

A banda não só terminou o ano de 2007 com um estrondoso case de sucesso e um disco que faz jus ao hype, como já entra 2008 consolidando a posição que atingiu.

No réveillon deste ano um programa de 01 hora com a banda tocando ao vivo vai ser exibido na TV de Al Gore, a Current TV, em transmissão simultânea pela web. Entra no programa todo o repertório do In Rainbows e alguns boatos falam da inclusão de uma cover de Siouxsie and The Banshees.

Abaixo um presentinho do selo norteamericano da banda, a TDB Records, com informações diversas e vídeos da Radiohead TV com a banda em estudio.

Feliz 2008!

E 2007 dançou!


LCD Soundsystem


01. Sound of Silver - LCD Soundsystem
02. Ga Ga Ga Ga Ga - Spoon
03. Myths of the Near Future - Klaxons
04. Neon Bible - Arcade Fire
05. Back to Black - Amy Winehouse
06. Wincing the Night Away - The Shins
07. Our Love to Admire - Interpol
08. In Rainbows - Radiohead
09. Favourite Worst Nightmare - Arctic Monkeys
10. 23 - Blonde Redhead

Passando a régua em 2007. Aqui esta a minha listinha dos 10 melhores do ano. Claro, muitos outros poderiam estar ocupando posições nesse rank, mas a opção foi pelos artistas que de certa forma causaram alguma surpresa, apontaram para o futuro, emocionaram, essas coisas. São os casos de bandas com Blonde Redhead e Spoon, ambas com anos de estrada e que lançaram esse ano álbuns que são marcos divisórios nas suas carreiras. Ou o caso da trouble junkie Amy Winehouse com sua voz e grooves northern soul, irresistivelmente sexies.

De todos os lançamentos do ano há ainda que se considerar a consolidação da união mais que bem vinda da dance music com o rock. São os exemplos do LCD Soundsystem, com Sound of Silver e do inovador Myths Of The Near Future, dos Klaxons; vigorosa fusão de psicodelia - renovada pelas smart drugs - guitarras, dance beats e uma caótica experiência estética construída em referências literárias que passam por Aleister Crowley, William Burroughs e J.G. Ballard. Se tudo isso parece muito pra você, fique só com o som desse trio londrino; definitivamente um caminho novo:



Boom Bahia - drops



Boom Bahia III . 15 e 16 Dezembro . Salvador

Na sequência: Pessoas Invisiveis, Theatro de Séraphin, Cascadura, Rebeca Matta, Montage, Snooze, Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, Retrofoguetes, Wander Wildner e Messias Bandeira, nas considerações finais.

Se apresentaram ainda Berlinda, Subaquatico, Alex Pochat e os 5 Elementos e Tagua.

Imagens Osvaldo Silveira, Sora Maia e Don Jorge. Edição, Don Jorge (MTV Salvador).

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Siouxsie and the Banshees



Aproveitando a carona da nota que Chico fez para o Rock Loco, colocamos aqui uma apresentação da Siouxsie no melhor programa de música da televisão francesa (para não dizer que não falei de flores), o Taratatá. A música, Into a Swan, é do novo e magnífico álbum Mantaray, lançado em outubro último. Allez les jeunes filles des Plastiscines, il-y-a des temps encore.

Boom Bahia - balanço

Já está no player bem aqui do lado a nova edição do podcast, com uma visão sobre o Boombahia festival 2007!!

Nei Bahia

Plastiscines

photo D. Didier


Direto ao assunto. Nas próximas semanas, meus caros, seremos bombardeados com as badalações da São Paulo Fashion Week. A edição inverno 2008 vai acontecer entre os dias 16 e 21 de janeiro e vai provocar os burburinhos de sempre. Beldades, celebridades, festas privadas, sexo, cocaína e rock'n'roll. Não necessariamente nessa ordem.

A FIAT vai bancar uma dessas festinhas privées e esta trazendo para o Brasil as parisienses do Plastiscines. Claro que o Lúcio Ribeiro ja se apressou em dizer no seu blog que as lolitas acima são a "atual explosão do novo rock francês", que são "famosas e polêmicas" e todos aqueles chavões que tentam criar o hype nesses tristes trópicos.

Mas o Clash City Rockers coloca os pingos nos 'is'. Não é bem assim. A culpa do burburinho de contornos bem delimitados - o circuito de moda de Paris e New York - é da bíblia de moda e comportamento dos descolados, a revista Nylon, que andou incensando as meninas numa das suas últimas edições e patrocinou uma pequena apresentação do grupo em NY para a Nylon TV e convidados selecionados à dedo (oops), como dj famosos e músicos do Green Day. Pronto; é o suficiente para um certo mundinho fashion de Sampa dizer amém.

Este que vos escreve andou fuçando o circuito parisiense por seis meses, entre casas noturnas, barcos no Sena, bares enfumaçados e casas de baixa reputação e vos asseguro: o rock francês é uma lenda urbana. Ele simplesmente não existe. Claro, claro, logo depois das Plasticines vocês irão ouvir falar do Naast, do Second Sex e do BB Brunes. Mas eles também não existem. São todos produtos de mentes perturbadas que, na melhor das hipóteses, acham que são Libertines ou Strokes.

As model...oops...meninas da Plastiscines até que se esforçam e, entre rockinhos de 3 acordes em francês e inglês e pulinhos com scarpins, vão deixando os marmanjos com cara de bobo e senso crítico abaixo de zero. Normal.

O único disco da banda saiu no início deste ano - LP 1 - e foi produzido por um esquecido Maxime Schmitt, nome por muito tempo associado ao Kraftwerk. Sim, o resultado é muuuito melhor que as meninas ao vivo: uma boa sessão de tortura é ver as apresentações ao vivo da banda no You Tube, onde sobram guitarras desafinadas e muita, muita pose.

É claro que dá pra se divertir vendo a banda. É só esquecer essa bobagem de querer ficar ouvindo rock de verdade e se plantar na primeira fila. Eu, inclusive, quero um convite pra festa da FIAT. E espero que sirvam absinto.


XTC, Dear God

XTC no clip de um dos seus maiores sucessos, Dear God. De um tempo em que combinar rock e inteligência não ofendia. Bom domingo.

Radiohead, In Rainbows, in your hands



Poucas bandas tem avançado tanto no entendimento do atual momento da indústria da música nas suas relações com as novas formas de distribuição de conteúdo digital e interatividade quanto a banda inglesa Radiohead. Depois do sucesso estrondoso da estratégia de disponibilizar todo o novo trabalho, In Rainbows, na net, deixando por conta dos internautas a decisão de quanto pagar pelas músicas, novas surpresas aguardam os fãs que esperam o trabalho no suporte físico.

A embalagem do cd, que chega para o mundo que importa neste fim de ano, é completamente customizável, através de adesivos, deixando, literalmente, nas mãos de quem adquirir a decisão de como formatar a programação visual, como mostra o vídeo de 30s acima. Cool. Pra variar.

Informação pescada no Pitchforkmedia

http://www.radiohead.com/

My Bloody Valentine



E na onda de retornos de bandas dos anos 80, uma das últimas a anunciar a volta aos palcos foi o My Bloody Valentine. O quarteto de Dublin, que fincou base em Londres, é banda seminal da cena shoegaze que varreu a Inglaterra por volta de 1984. Com apenas dois albuns, Isn't anything (1988) e o aclamado Loveless (1991), conseguiram estabelecer um estilo próprio - com guitarras embebidas de distorção, trêmolo e reverbs - e influenciar dezenas de bandas pelo mundo.

O My Bloody Valentine volta aos palcos em junho de 2008 e os ingressos para Londres e Glascow ja estão 'sold out'. Resta ainda lugares no Manchester Apollo para o dia 29 de junho. Quem se habilita?

A volta do Zeppelin de chumbo

photo Getty Image


E na noite desse dia 10 de dezembro de 2007, a Arena de Londres viu a volta do Led Zeppelin, 17 anos após seu último concerto. Todo o Led original; Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e Jason Bohan no lugar do seu pai, John.

18 mil sortudos estavam lá pra ver o Led Zeppelin tocar os seus clássicos - de forma magnífica, segundo os magazines ingleses - e ainda se deliciarem com uma jam no final que incluia Paul MCCartney; Noel e Liam Gallagher, do Oasis, Dave Gilmour, o pessoal do Arctic Monkeys, a Kate Moss (!) e Dave Grohl, dos Foo Fighters.

Entre os VIPs estavam Lá Marilyn Manson, Richard Ashcroft, Roger Taylor, Pink, Sir Mick Jagger, Jeff Beck, Joe Elliot (Def Leppard, lembra?) e mais um monte de gente. É meu amigo, você que não é um rockstar internacional vai ter que se contentar com as resenhas mundo afora e rezar para que as pressões que tentam colocar os velhinhos numa tournée, surtam efeito.

O set list da noite de ontem foi:

'Good Times Bad Times'
'Ramble On'
'Black Dog'
'In My Time Of Dying'
'For Your Life'
'Trampled Under Foot'
'Nobody's Fault But Mine'
'No Quarter'
'Since I've Been Loving You'
'Dazed And Confused'
'Stairway To Heaven'
'The Song Remains The Same'
'Misty Mountain Hop'
'Kashmir'
'Whole Lotta Love'
'Rock And Roll'

Tá bom pra você?

Veja mais aqui: http://www.nme.com/news/led-zeppelin/33080

Echo and The Bunnymen - Live in Amsterdam



Echo and the Bunnymen de novo? É. Só que agora em um concerto completo em Amsterdam. Não gostou? Ah, vai navegar por ai... Mas, se ficou, pega umas cervas - uma garrafa de vinho é melhor - desliga o radio ai ao lado e aumenta o som :)

BooOOOOoom !

photo Lia Seixas

Messias, à direita, mandando uma da Brincando de Deus com a banda Berlinda

Eu só digo uma coisa: eu não digo é nada. Os 'comments' estão ai; manifestem-se. E ainda essa semana podcast especial 'mesa redonda Boom Bahia'.

Montage, do you trust?



Não, você não esta vendo uma foto do Brian Molko, do Placebo. O rapaz de cabelo pink, maquiagem carregada, com caras e bocas ai em cima se chama Daniel Peixoto e é vocalista da banda cearense Montage. O duo de electro rock está na programação do festival Boom Bahia e se apresenta neste sábado, fechando a noite.

Formada em Janeiro de 2005 pelo Daniel Peixoto e por Leco Jucá (groovebox e sintetizadores), os caras seguiram a saga nordestina e migraram pra Sampa no ano passado. Começaram a ficar conhecidos depois da participações em festivais como Abril Pro Rock, Goiania Noise e, sobretudo, pelas duas últimas edições do Campari Rock, quando dividiram o palco com bandas como Justice, Stereo Total e Cardigans. Chamar a atenção não foi difícil. Além de quebrarem a expectativa do lugar comum sonoro que se esperaria de um som vindo do Ceará, a dupla - que eventualmente vira um trio, com a adição de uma guitarra - usa e abusa da teatralidade no palco, ancorada no visual e nos trejeitos andróginos de Daniel.

Musicalmente os caras se dizem influenciados por bandas como Vive la Fete, Daft Punk, Garbage, Peaches, mas também por punk rock, funk carioca e Madonna. Ouvindo músicas como I Trust My Dealer, Ode to My Pills (Benflogin) e Superdrug é possivel, sim, perceber essas influências e também notar que o Montage esta naquele rol de bandas que faz da gestão da sua imagem um ponto tão importante quanto a música que fazem. That's entertainment (industry). Os caras não são novos nisso: Daniel trabalha como modelo profissional e Leco Jucá com produção para a tv.

Para o primeiro album, I Trust My Dealer (2007), se cercaram de Dudu Marote, produtor experimentado que ja fez discos do Skank, Pato Fu, Edgar Scandurra e, entre várias outras coisas, produziu o hit “Só tinha que ser com você”, do Dj Patife e Fernada Porto. O resultado final não é nenhuma revolução musical, mas é acima da média e pode inclusive colocar o Montage no mesmo circuito 'new rave' internacional que o Cansei de Ser Sexy frequenta há dois anos.

Ainda que electro rock não seja a sua, ver o caras no palco nesse sábado pode ser, no mínimo, divertido. E ao final, andrógino, gay ou hetero, se tem um coisa que o rock feito no Brasil perdeu há muito tempo foi a capacidade de mexer com a libido. Pode ser uma tese, mas a verdade é que não faz muito tempo em que em que só estávamos nessa pelo sexo. Em Salvador ninguém vai mais a um show de rock pra ser surpreendido. As noites estão previsíveis e seguras e a probabilidade maior é que niguém coma ninguém. Good times for a change.

Boom Bahia preview + CCR e Rock Loco


A gente tem mania de recomeçar tudo, toda hora, por isso essa é mais uma estréia, a mais caótica possível, com a união do CCR com o Rock Loco na presença de Osvaldão (MTV Salvador) e Chico. É só escolher a opção 02 do player acima para ouvir a bagaça.

As canções são:
Tchello Palma - Qualquer nota
Bruce Springsteen - Radio Nowhere
Kiss - 2000 Man (em homenagem a Cebola)
Foo Fighters - The Pretender
AC/DC - TNT
Theatro de Séraphin - Nada a fazer
Aerocirco - Ser quem sou

E na opção 01 uma edição extraordinária ! Uma amostra do que vai acontecer na praça Tereza Batista - Pelourinho, Salvador nos dias 8 e 9 de dezembro de 2007.

Berlinda, Mar de Calma

foto Thiago Fernandes



Vem à luz, enfim, o primeiro rebento da banda soteropolitana Berlinda. Mar de Calma, um EP virtual com 4 faixas, já está disponível para download (gratuito) desde o último dia 25 deste mês.

Para que ainda não conhece, a Berlinda é composta por algumas figurinhas carimbadas da cena local como Sérgio Martinez, o Cebola, que também é colaborador do Clash City Rockers, além do mitológico Adriano Gomes, o Batata, ex-guitarrista das bandas Macumba's Day e Arsene Lupin. Os outros dois nomes, André Blhoem (voz) e Juliano Pontes (bateria) são boas surpresas, crias da nova geração.

Apresentações feitas, vamos ao som. A Berlinda transita naquela faixa de exceção do rock feito na Bahia, onde a banda Brincando de Deus fez história na década de 90 e hoje, talvez, só exista alguma similaridade com o som da banda Theatro de Séraphin. Ou seja, rock baseado em guitarras dissonantes, letras introspectivas e canções pop corrosivas. No caso da Berlinda, o vocal cristalino e delicado de André consegue dar suficiente personalidade a banda. Mas os caras fazem parte, sim, daquele clube ao qual pertencem o Teenage Fanclube, o Galaxie 500, o Jesus and Mary Chain e que o Velvet Underground tem presidência vitalicia.

Mar de Calma, a web based album - seguindo a tendência de bandas independentes pelo mundo a fora - surpreende de cara pela qualidade técnica do registro. As mãos competentes da produção, à cargo de Apu (ex-Sangria e Úteros em Fúria) e Thomas Magno (Toca do Bandido, Maria Rita) fizeram diferença e extrairam uma Berlinda que ainda não ouvimos nos palcos. Guitarras cheias e cortantes; baixo e bateria econômicos fazendo apenas a moldura, e a voz de André, segura, arriscando inclusive leves falsetes. Pequenos detalhes e arranjos exclusivos de estúdio deram à banda uma cara de gente grande. Uma faca de dois gumes. Aumenta a responsabilidade da banda e cria a expectativa pra ouvir aquela sonoridade ao vivo. Doce problema, no entanto.

As quatro faixas - Amanhã, O Lado Escuro da Rua, Quando Ficamos Sós e Redenção - são coesas entre si e reforçam uma unidade no som. De fato a banda parece que já encontrou um caminho e uma certa identidade. A entrada do baterista Juliano foi fundamental nesse processo. Para quem conhece a banda há mais de um ano sabe do que falo. São faixas melancólicas, mas não tristes. As questões do coração permeiam todas elas e poderia mesmo ser a trilha sonora de um par romântico angustiado. Um Mar de Calma? Por desilusão, talvez. Resta dizer que é um trabalho de estréia mais do que bem vindo, bem feito e sem medo de se levar à sério. Sobretudo numa cidade em que ser engraçadinho é a tônica. Até no rock.


. BerlindaO Lado Escuro da Rua

http://www.tramavirtual.com.br/berlinda

Mutantes, live at The Barbican Theatre

Lalo de Almeida / NYT


Depois de um ano de (re)união e uma tournée elogiada pelos Estados Unidos, que incluiu em alguns shows o Flaming Lips e a Thievery Corporation, Os Mutantes começam a fazer os 'nove fora' e colher alguns produtos. O primeiro deles é o CD duplo "Live at Barbican Theatre, London, 2006" (Luaka Bop), que registrou o (re)começo dessa estória. Na swingging London, of course.

Trinta anos haviam se passado. Nesse tempo Os Mutantes se tornaram uma lenda internacional, referência para os amantes da psicodelia pop e entraram no panteão das bandas cult, sendo descobertos pelas novas gerações e incensados por gente como Kurt Cobain, Beck, Devendra Banhart and David Byrne. Era a hora de voltar? Voltar pra quê? Pra quê voltar?

O repertório 100% revival não ajuda muito na resposta. Se não havia nada de novo para mostrar, voltar pra quê? Imagens exclusivas dessa estréia no programa Fantástico, da Globo, colocaram mais desconfianças na empreitada. E, Mutantes sem Rita Lee?! No seu lugar uma surpreendente Zélia Duncan.

Passados os choques iniciais descobre-se que Duncan está à vontade e faz sua parte com competência sem, em nenhum momento, tentar parecer ou imitar a tia Lee. Verdade seja dita; quem mesmo percebeu a ausência de Rita? A aura dos irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Baptista fazem os Mutantes e, aos fãs, basta vê-los e ouvi-los. E eles fazem a sua parte. Pouco importa que o Arnaldo esteja dodói e que cante com a voz de um Smurf. O Sérgio Dias segue sendo um grande guitarrista e ainda usa os pedais handmade de 40 anos atrás. Zélia se porta com distância respeitosa; é mais uma na banda. Da formação clássica também está no palco o baterista Dinho Leme. Os competentes músicos de apoio fazem o resto.

Passado um ano do projeto e com o fim da tournée, Zelia Duncan volta para sua carreira solo e Arnaldo também anuncia sua saida, alegando que tem outros projetos. Fala-se na volta de Liminha e num disco de inéditas. Quem sabe. Esse Live at Barbican Theatre, que ficou devendo nos quesitos técnicos do seu registro, serve ao menos para colocar de volta foco na discografia dos Mutantes, agora facilmente encontrada nas grandes cidades do mundo. E claro, vira ítem de colecionador, por conta da não presença de Rita Lee e das 'english versions' de velhos sucessos na voz de Duncan, como Virginia.

The Killers, where the white boys dance



Vamos aos fatos. The Killers é uma banda que definitivamente sabe se mover no pantanoso terreno da indústria da música. Isso significa que a turma liderada pelo vocalista Brandon Flowers consegue reunir conhecimento de causa, boas canções e ainda regar a imprensa musical com mimos 'fashion'. Você pensou em 'hype'? That's right. Na sua melhor acepção.

Em três anos The Killers deixaram seus dois primeiros álbuns - Hot Fuss e Sam's Town - entre os mais vendidos e, recentemente, lançaram um interessante b-sides com o acréscimo de raridades, novas versões e alguns covers, chamado Sawdust (Island, 2007). O trabalho com 18 faixas conta com a participação de Lou Reed na canção e no vídeo 'Tranquilize' e covers como 'Romeo e Juliet', do Dire Straits e 'Shadowplay', do Joy Division.

Flowers, que foi escolhido como 'o mais bem vestido' e 'homem mais sexy', pela New Music Express em 2005, continua entretendo os magazines musicais com suas mudanças de visual - a última foi a adoção de um bigode - e declarações bem pouco modestas, além de outras polêmicas, como as que deu à NME sobre bandas EMO; "We don't wanna dislike anyone, and we've still never met Fall Out Boy, but there's a creature inside me that wants to beat all those bands to death".

Teatralidades para as massas à parte, The Killers segue sendo ao lado do Interpol uma das melhores da leva de bandas que reprocessaram com originalidade o som inglês do inicio dos anos 80, num leque que vai de Gang of Four a The Cure do primeiro momento. Que tenham aprendido a fazer tudo isso e traduzir para o mainstream é só mérito. Que embalem o produto com pitadas politicamente incorretas é mais do que bem vindo no grande circo do rock'n'roll.

Se não ficou claro, 'Sawdust' é altamente recomendável. E para quem não vê mais sentido em comprar cds pode gostar de saber que o Vertigo inglesa lançou uma edição limitada do álbum em vinil e com capa dupla.


. The Killers – Shadowplay

Freak Cube na Convenção de Tatuagem



E continuando na linha 'o corpo é o último limite' teremos na II Convenção de Tatuagem da Bahia a apresentação do grupo ‘Freak Cube', de Goiânia; um ‘freak show’ onde o foco principal acontece na superação da dor. Segundo esses loucos "a dor pode ser transformada em cenas hilariantes com pitadas calorosas de atos circenses, como malabares, pirofagia e etc, até chegar a números de meditação, transcendência e rituais reais vindos de culturas distantes, como por exemplo, a cultura indiana".

Entenderam? Tudo é questão da sua espiritualidade, meu caro. O ‘Freak Cube’ surgiu através da iniciativa da piercer Naya Pimentel, body piercer nascida em Natal, que faz a personagem 'La Chica Ganchos' e dona dos singelos pés ai na foto. A Naypi, como é conhecida, vai ser içada nesse sábado, dia 24, através de ganchos presos no seu corpo, para delírio da malucada. Você pode ver do que se trata no blog irmão Rock Loco (link ao lado). O Cube também conta com Gibi, Thiago Rodrigues e o Alexandre Prata.

This is Radio Clash...



Olá a todos. Como podem notar o Clash City Rockers está de cara nova. As mudanças não são à toa. Estamos à beira de completar 3 anos de blog. Com altos e baixos é certo. Longas paradas, desdobramentos em inúmeros blogs (isso vicia), tédio etc etc etc. Mas a verdade é que o Clash City Rockers nunca deixou de estar na rede - nossos arquivos estão logo ai ao lado -, desde o fatídico dezembro de 2004 quando aglutinou uma turma de peso. Herdeiros da Salvador pensante, românticos fora do tempo, pregadores do deserto. Sejam bem vindos ao novo/velho Clash City Rockers.

Existe vida depois do Calipso !!


Você já foi no Calipso. Isso não foi uma pergunta, eu sei que você já foi. Nesse momento você deve estar tentando lembrar alguns fatos que aconteceram lá, bandas que viu tocar, alguém que você conheceu no caminho do banheiro (caminho este que passava pelo meio do “palco”) coisas assim.

Por falar nisso, por que o banheiro era tão frequentado? Ahh, libera!!

Se as lembranças vierem em forma de imagens e canções, gargalhadas e sorrisos, tenho uma má notícia pra você: ou tu errou de bar ou não entrou no clima. Lembranças do Kolapso ( seu apelido “carinhoso”) devem ser uma salada de sensações sem uma sequência lógica, variando do obscuro ao alucinado, sempre acompanhado de um calorão caatinguento. Eu estou tocando no assunto porque o rock no red river achou dois novos espaços que podem ser classificados com anti-calipsianos, um em parte e um outro na sua totalidade. O interessante é que eles estão praticamente na mesma rua. Logo na esquina, em frente ao Colégio Manoel Devoto, fica a Rock sandwich, que guarda ainda um pouco do clima da casa de Lourdes e Jean, pois o lugar não foi pensado pra ser local de shows e agora todo sábado no fim da tarde a raça ruim do rock se reune por lá. Pode acreditar, rock em horário civilizado( e mais real devido ao sistema de transporte de Salvador), essa é a principal diferença em relação ao Calipso, que tinha como característica seu horário tipo corujão, chegando a criar uma expressão, “horário calipso”, usada pra tudo que começava muito tarde. Sábado tem Berlinda ( saindo da toca,...ou entrando quem sabe?) e Koyotes. Lá já passaram algumas bandas, com destaque para o retorno da formação básica da Theatro de Séraphin, após exílio voluntário de seu baixista Marcos Rodrigues. Já tem mais coisas engatilhadas pra lá, entre elas, a volta depois de quase 2 anos da “Soul Sessions”, festa que já mexeu a cintura de muita gente no saudoso Miss Modular, tocando pra dançar os petiscos mais finos da Black music de qualquer tempo. Ainda por cima a cerveja tá sempre gelada e os sandubas são nota 10.

Andando menos de 100 metros na mesma rua, atrás da cruz iluminada, temos a Café Teatro Sitorne, casa de espetáculos que faz parte da escola que leva o mesmo nome e que aos domingos no ínicio da noite já é parada obrigatória para os rockers da cidade. Capitaneada por Tereza Costa Lima, com auxílio luxuoso de seu marido, o guitarrista e cantor Paulinho Oliveira, o local é disparado o que dá melhores condições para o músico em todos os níveis. Palco, som, iluminação, camarins, ar condicionado a serviço de quem realmente quiser fazer um show profissional e sério, sabendo que estará lidando com pessoas que entendem de arte, mas sabem o custo de faze-lá com qualidade. As coisas acontecem de uma forma diferente inclusive para o público, que tem sempre um bom som, um palco de verdade, sem necessidade de malabarismos para ver quem está tocando e ar-condicionado funcionando, o que leva uma parte do dele a ter que mudar um pouco seu comportamento, pois os fumantes tem que matar a fissura do lado de fora, já que no espaço onde ocorrem os espetáculos, cigarro não rola. Seria bom que a casa servisse de exemplo para outras pessoas.

Assim o Rio Vermelho se reinventa, só falta a cena rockeira passar a colocar a “rua do devoto” ( com é conhecida nas vizinhanças) no roteiro definitivamente.

Manchester, London. God Save the Queen.


O fotógrafo Anton Corbijn, Joy Division, Ian Curtis e muitos cinzas em 'Control'. Julien Temple, Joe Strummer e a fúria do The Clash em 'The Future is Unwritten'. O cinerock vai bem nos 30 anos de Never Mind the Bollocks.

Anos 80...boas coisas!!

A 24 anos atrás, em 1983, um disco era lançado sem fazer muito barulho e durante todo esse tempo fez uma legião de fãs, reavivou um gênero e um grupo de artistas, fez renascer para as massas um dos ícones do rock/blues, o "GUITAR HERO". Refiro-me a "Texas Flood", primeiro disco de Stevie Ray Vaugham, produto de uma série de ajudas de diversos lados, de David Bowie, que viu o show de SRV no festival de Montreux em 1983 e chamou-o pra ser seu guitarrista, junto com Earl Slick e Carlos Alomar no seu "Let´s dance", até John Hammond Jr. , produtor que tinha em sua carreira, apenas o fato de ter sido o produtor de Billie Holyday, Countie Basie, Charlie Christian, Bob Dylan e Aretha Franklin, além de Jackson Browne, que emprestou seu estúdio para que SRV e seu Double Troble (Chris Layton na bateria e Tommy Shannon no baixo) pra fazer sua primeiras gravações, e o que seria uma demo virou o primeiro disco do guitarrista. Talvez daí venha o segredo do disco, numa época em que muita gente tinha achado que o caminho era redescobrir a pólvora, tocar "anti guitarras"(até hoje eu não sei que porra é essa!), descobrir a Jamaica e o Bronx sem ter passado por Chicago e Detroit; num único disco estavam Hendrix, Johnny winter, Isley Brothers, Buddy Guy.
Mais a vida na era tão linda assim, estamos falando de um disco de blues e não de um disco pop, com milhões de cartazes e camisetas pra promover. A falta de costume com aquele som, naquele momento pode ser ouvida e vista no DVD/CD "Live in montreux" onde a vaia no início de "Texas Flood" aconteceu porque naquele dia só tocaram artistas de blues acústico, e o público não tava preparado pra aquela enxurrada de eletricidade na cabeça.
O disco propriamente dito soa uma pouco estranho hoje, pois uma pessoa que goste de blues, mais tenha sido apresentado a ele via rock&roll, o que é o mais normal, vai sentir falta de peso, mais isso é fácil de explicar: Hammond teve receio dos estúdios na época, cheios de "geniais" engenheiros, e como ele não tinha grana pra colocar um Eddie Krammer na jogado, mexeu muito pouco no som da demo original. Mais vale a pena prestar atenção dos vários climas que o disco têm; o quase Elvis "Love Struck Baby", o soul blues "Mary Had A Little Lamb" (cover de Buddy Guy), e linda balada "Lenny". Daí partiu um aquecimento na carreira de vários guitarristas de blues elétrico, e fazendo gente como Gary Moore tomar coragem e dar uma guinada na carreira. Até hoje é disco de cabeceira de muita gente.

Lição!




O ano era 1986 e o mercado de discos dava pulos de alegria; o plano cruzado (não sabem o que foi isso? Vão conhecer história contemporânea do Brasil.) deixava as gravadoras de sorriso aberto, faltava até papel pra fazer as capas, discos eram prensados na Argentina, lançamentos inacreditáveis eram comprados em qualquer lojinha de esquina. Nesse ambiente, aparece por aqui a primeira das coleções comemorativas de 50 anos da Atlantic Records.

Atlantic Blues era uma série de 4 albuns duplos, com o que havia de mais influente no blues do pós guerra, apesar da Atlantic não ser uma gravadora de Chicago como a Chess records. Dividido de forma estilística ( Piano, Vocal, Guitarra e Chicago), suas capas internas(em português, uma raridade) tinham mais informações sobre o estilo do que havia disponível na imprensa musical brasileira em 10 anos. È bom que fique claro que não se trata de uma coletânea pra iniciar incautos, mais uma boa forma de juntar singles a muito tempo fora de catálogo, que muitas vezes eram a única produção fonográfica daquele artista. Há uma curiosidade engraçada sobre as versões em cd: todas tem músicas a menos, normalmente duas, pois os albuns tinham um pouco mais de 80 minutos, que é o tamanho de um compact disc, o que fez com que os lps originais se tornassem obrigatórios. Até por que, uma das minhas favoritas "It hurts love someone" de Guitar Slim, só aparece no disco duplo de vinil. È uma aula em cada faixa, dividida em 4 "módulos" de fino trato.


Obrigado aos 3!


Essa é a capa de "Zappa-detritos cósmicos", livro que é uma colagem de entrevistas, depoimentos de fãs e informações sobre Frank Zappa, tudo isso sob a batuta de Fábio Massari; aquele que ficou conhecido na MTV do Brasil como "Reverendo". Confesso que tenho curiosidade de conhecer Massari, não só pro fazermos parte desse clube de Elite que são os Fãs de FZ, como por depoimento de vários amigos meus que o conhecem, ser ele é o tipo do cara que justifica bem o t´título de Cool.
Agora eu tenho mais um motivo pra simpatizar com ele, pois em seu livro, ele dá espaço a uma homenagem de um "irmão de vida", Fábio, cantor e lider da (Dr) Cascadura, que no seu depoimento acaba falando praticamente tanto de mim quanto de FZ.
Um abraço Massari, e um obrigdo por ser a pessoa e amigo que é Fábio .

Por Nei Bahia


Magazine



Um pouco da fundamental banda Magazine, de Howard Devoto. Aquele mesmo que um dia foi do Buzzcocks. Breve vai pra a rede um especial, no Pocket Radio. A musica do video se chama 'Cut Out Shapes', do album 'Secondhand daylight'. LP de 1979, ja' reeditado em CD, produzido pelo mago Martin Hannett. O line up do Magazine era simplesmente: Howard Devoto, nos vocais; John McGeoch (ex-Banshees) nas guitarras; Dave Formula, nos teclados; Barry Adamson, no baixo e John Doyle, na bateria. Se isso não diz nada pra você temos duas possibilidades: você tem menos de 35 anos (o que não lhe inocenta; vai correr atras, mané) ou "i'm so sorry".

Agora....


http://ccr.podomatic.com


Esse é o endereço pra você ouvir o nosso programa digital!
Sim, agora temos vozes pra atormentar mais ainda os medíocres e entreter os amigos!!


O Rei morreu!!!

Sempre tem alguma imagem ilustrando as palavras que escrevemos aqui no Clash City Rockers, mais hoje não dá, pois nenhuma delas vai mostrar o quanto eu estou triste, tão triste que fazem quase 10 dias que eu tento sentar aqui pra dizer uma coisa tão simples:

James Brown morreu e isso é uma MERDA!!!


Se ele não lançou nenhum disco ultimamente, isso importa pouco. Sua presença andando por aí com seu cabelo massa, suas dançarinas gostosas e sua banda sem adjetivos era a nossa garantia que tínhamos uma reserva contra a música bunda mole que os jornalistas da vida andam tentando empurrar pra todos nós.
Cresci ouvindo as pessoas chamando de "Brau" todo mundo que se vestia colorido, que falava alto, que dançava sem se importar em ser chamado de ridículo.E na minha cabeça a mensagem que ficava era: ...ser Brau é não ser bunda mole.Sorte que minha mãe( a benção onde estiver Dona Zuleika)não se importava se eu escolhia andar de calças roxas ( pode acreditar, eu tive várias dessa cor) eu vez de jeans.
Não vou falar mais nada, conto com os amigos do CCR ( Miguelito, Oswaldão, Chico, Fábio, Leal e outros que gostem de Soul) pra dar forma a essa homenagem ao pai das pistas de dança do mundo.



Nei de Carvalho Bahia