O ano era 1985 e algo estranho acontecia na música pop: Sting, baixista do The Police, banda que era a mais bem sucedida do c momento pós -punk, com sua mistura rockskapop bem dosada, deixava a banda e partia para carreira solo. Até aí tudo normal, não fosse seu projeto solo algo diametralmente oposto ao que ele aprontou com seus colegas de trabalho (amigos não...) Andy Summers e Stewart Copeland. Montou uma banda de apoio com músicos de jazz na sua esmagadora maioria; Ommar Hakim, Brandford Marsalis( na época seu irmão caçula Winton era o músico de jazz da moda), Daryl Jones, atualmente com os Rolling Stones, e o infelizmente já falecido Kenny Kirkland, e virou centro das atenções daquele miolo da década. Nascia o “pop adulto”?
O nascimento desse projeto foi registrado num filme que se pode encontrar por aí chamado "Bring on the night", um dos melhores documentários que eu já assisti sobre música pop. Ele revela o clima grandioso que cercou o projeto, e talvez sem querer revele também seus maiores erros. Logo no começo, vemos a banda ensaiando a canção título num estúdio montado
Se realmente amasse a música e o jazz como diz, nunca falaria tal bobagem. O quanto é complexa a música que você faz não lhe confere maior valor, e pensando bem, quem mais se deu mal com coisas do tipo foi o próprio jazz. Aceitou essa imagem de música de "descolados intelectualizados", do bar enfumaçado e do trompetista drogado caído na sarjeta, cantando baixinho porque a traficante lhe quebrou todos os dentes. Tomou pra si um hermetismo que não lhe deu nada em troca.
Queijos e vinhos NÃO, jazz deve ser regado a cerveja também, pois como o rock é filho das putas, nasceu nos bregas de New Orleans.
Voltando ao filme, é bom afirmar: é muito bom, tem momentos antológicos, como os 30 e poucos segundos da galera destruíndo o tema do Flintstones, e , olhando a atual forma do trabalho de Sting, reafirma aquela velha frase:
"...NÃO CUSPA NO PRATO QUE COMEU!!"