Plastiscines

photo D. Didier


Direto ao assunto. Nas próximas semanas, meus caros, seremos bombardeados com as badalações da São Paulo Fashion Week. A edição inverno 2008 vai acontecer entre os dias 16 e 21 de janeiro e vai provocar os burburinhos de sempre. Beldades, celebridades, festas privadas, sexo, cocaína e rock'n'roll. Não necessariamente nessa ordem.

A FIAT vai bancar uma dessas festinhas privées e esta trazendo para o Brasil as parisienses do Plastiscines. Claro que o Lúcio Ribeiro ja se apressou em dizer no seu blog que as lolitas acima são a "atual explosão do novo rock francês", que são "famosas e polêmicas" e todos aqueles chavões que tentam criar o hype nesses tristes trópicos.

Mas o Clash City Rockers coloca os pingos nos 'is'. Não é bem assim. A culpa do burburinho de contornos bem delimitados - o circuito de moda de Paris e New York - é da bíblia de moda e comportamento dos descolados, a revista Nylon, que andou incensando as meninas numa das suas últimas edições e patrocinou uma pequena apresentação do grupo em NY para a Nylon TV e convidados selecionados à dedo (oops), como dj famosos e músicos do Green Day. Pronto; é o suficiente para um certo mundinho fashion de Sampa dizer amém.

Este que vos escreve andou fuçando o circuito parisiense por seis meses, entre casas noturnas, barcos no Sena, bares enfumaçados e casas de baixa reputação e vos asseguro: o rock francês é uma lenda urbana. Ele simplesmente não existe. Claro, claro, logo depois das Plasticines vocês irão ouvir falar do Naast, do Second Sex e do BB Brunes. Mas eles também não existem. São todos produtos de mentes perturbadas que, na melhor das hipóteses, acham que são Libertines ou Strokes.

As model...oops...meninas da Plastiscines até que se esforçam e, entre rockinhos de 3 acordes em francês e inglês e pulinhos com scarpins, vão deixando os marmanjos com cara de bobo e senso crítico abaixo de zero. Normal.

O único disco da banda saiu no início deste ano - LP 1 - e foi produzido por um esquecido Maxime Schmitt, nome por muito tempo associado ao Kraftwerk. Sim, o resultado é muuuito melhor que as meninas ao vivo: uma boa sessão de tortura é ver as apresentações ao vivo da banda no You Tube, onde sobram guitarras desafinadas e muita, muita pose.

É claro que dá pra se divertir vendo a banda. É só esquecer essa bobagem de querer ficar ouvindo rock de verdade e se plantar na primeira fila. Eu, inclusive, quero um convite pra festa da FIAT. E espero que sirvam absinto.