The Bravery

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por Marcos Rodrigues

New York, New York. Parece que a Capital do Mundo resolveu pegar de volta também o título de Capital do Rock'n'roll. Desde o fim dos anos 70 que a Grande Maçã não tem tantas bandas novas lançando trabalhos relevantes. E a pujança não pára. A mais nova do celeiro novaiorquino atende pela alcunha de The Bravery.

Do início do novo milênio com os Strokes, passando pelo reprocessamento da cena eletrônica que deu no electro de bandas como LCD Sound System e Rapture, chegando até a sisudez elegante do Interpol, New York tem respirado rock'n'roll. Uma cena que volta à ativa, não por acaso, na hora que parte dos discursos politicamente corretos, que varreram o mundo na última década, já não conseguem mais esconder a hipocrisia e nem, na melhor das hipóteses, evitar os bocejos.

A cidade suja, sexy, perigosa e menos ingênua após o 11 de setembro, não perdeu o humor e 'a coragem' que marcou a clássica cena de 75 em torno do lendário clube CBGB's.

The Bravery é a cara de New York e se utiliza do repertório estético e musical da cidade. Maquiagens, teclados synth-punk, couros, linhas de baixo 'roubadas' do Gang of Four (referência máxima de NYC desses dias), camisetas vintage, batidas disco, guitarrinhas garage fazendo três acordes e um vocalista arrogante o suficiente pra cantar como Simon Le Bon (sim, do Duran Duran) ou Roberth Smith (sim, mais um). O resultado? Rock'n'roll dançante, sacana, daqueles que deixam o ambiente com cara de festa sexta à noite.

Dois anos de gestação e um cd-debut homônimo lançado este ano, onde a banda não escapa às inevitáveis comparações, que inclusive já renderam atritos com os ótimos The Killers. O som passeia, no entanto, por diferentes correntes dos 80, devidamente atualizadas pelo garage-electro. Dá pra pescar nuances do Human League, Depeche Mode, New Order, The Cure e os já citados Duran Duran e Gang of Four.

'Honest Mistake' já está fazendo as delícias das pistas mais antenadas e o vídeo inclusive já estreou na MTV brasileira. Uma série de outros hits instântaneos como 'Public Service Annoucement', 'Unconditional' e 'No Ring On These Fingers' vão se enfilerando e ai o disquinho teima em não querer sair do player. Altamente recomendável.
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Aproveito para deixar aqui minha homenagem ao guitarrista Emerson Borel, um dos maiores que já tivemos no rock'n'roll baiano e que resolveu nos deixar há exatos 12 meses. Lembro do cara em cena bucólica, entre os coqueiros do litoral norte baiano, tocando The Cure no violão. A música? Boys Don't Cry. Valeu, velho!